O total da população (com 16 e mais anos) na região do Algarve era de 364,6 milhares de pessoas (segundo o Inquérito ao Emprego do INE, 1º trimestre 2023), o que representou um pequeno decréscimo face aos trimestres anteriores, tendo a população empregada diminuído também, quer em relação ao trimestre homólogo quer ao anterior.
A taxa de desemprego foi de 7,2%, a mais alta desde o 3º trimestre de 2021, o que significou um aumento, sobretudo face ao trimestre anterior (6,3%). Contudo, é expectável que este valor venha a baixar nos próximos trimestes, sobretudo com a chegada do verão e do aumento do emprego sazonal.
É de sublinhar as características habitualmente sazonais do desemprego nesta região. A pressão originada por centenas de milhares de turistas que anualmente visitam o algarve, sobretudo entre junho e setembro, desencadeia por regra uma aceleração na atividade turística e hoteleira, que se traduz num crescimento das necessidades de recrutamento no comércio e serviços, contribuindo para a recuperação do emprego durante este período – sendo seguido por uma diminuição abrupta no trimestre seguinte.
No final de maio de 2023, estavam inscritos nos Serviços de Emprego da região 10.478 desempregados, dos quais 30,5% estavam em desemprego de longa duração, mas apenas 9,8% tinham menos de 25 anos (o que corresponde ao peso relativo mais baixo de jovens desempregados inscritos do país).
Relativamente à evolução da população empregada por setores de atividade, e comparativamente com o 1º trimestre de 2022, evidencia-se o aumento do emprego no Comércio e reparação de veículos, na Construção e nas Atividades administrativas e dos serviços de apoio. De facto, 82% da população empregada nesta região concentra-se no setor dos serviços, dos quais 33% no Comércio e no Alojamento e Restauração e 25% no Setor Público (Administração pública, defesa e segurança social; Educação; Atividades de saúde humana e apoio social).
A realidade do emprego no Algarve é ainda de fraca intensidade em conhecimento, forte concentração em serviços pessoais e um peso ainda muito significativo do trabalho (e desemprego) não qualificado.
A estrutura empresarial é constituída (à exceção do setor da Hotelaria) quase exclusivamente por pequenas e microempresas, com recursos humanos não muito qualificados.
Todavia, esta região tem vindo a revelar uma melhoria no nível de educação da sua população ativa, tendo o peso relativo da população com ensino superior melhorado face às outras regiões, mantendo-se, contudo, abaixo da média nacional. A Universidade do Algarve é um pólo crítico de desenvolvimento cultural, científico e tecnológico, com forte ligação ao tecido empresarial. Uma Universidade dinâmica, que responde às estratégias de desenvolvimento da região, através da promoção de áreas de ensino e de investigação para as fileiras produtivas de maior relevo no Algarve.
A estrutura económica do Algarve assenta em 6 setores estratégicos associados aos recursos naturais da região: hotelaria, restauração e turismo, saúde, TIC, atividades criativas, agroalimentares e atividades marítimas.
Grande parte das empresas dedica-se ao comércio, às atividades de “rent a car” e também ao alojamento e restauração, o que reforça o peso significativo da atividade turística como elemento polarizador do desenvolvimento endógeno do Algarve.
Os movimentos transfronteiriços na área de fronteira com Espanha (com a região da Andaluzia) são ainda pouco significativos, sobretudo atendendo à semelhança da estrutura económica das duas regiões. Maioritariamente, os trabalhadores fronteiriços portugueses que trabalham na Andaluzia fazem-no nos setores de Hotelaria e Restauração, Conservas de Peixe e Agricultura.